Quando peguei o livro de Sutherland em minhas mãos pela primeira vez - o criador do Scrum -, antes mesmo de ler o sumário, acreditei estar diante de um manual, uma prescrição com alguns templates para que eu encaixasse as minhas tarefas e passasse a produzir mais em menos tempo. 

Logo no primeiro capítulo fui surpreendida. Que tipo de prescrição me aconselharia a errar? Fracassar o quanto antes? Pois bem. Essa foi a deixa. A lição que fica deste ponto é a de que, de tempos em tempos, precisamos parar o que quer que estejamos fazendo, revisar tudo e verificar se não existe uma outra maneira (melhor) de fazer. E, acredite, sempre há. Nesse sentido, é melhor que se erre o quanto antes - para que as lições sejam assimiladas e os rumos sejam corrigidos.

Outro ponto forte, ao meu ver, é a ideia de que planejar é útil, mas precisamos incluir sempre no nosso método de trabalho a possibilidade de mudanças, descobertas e inovação. Por toda a obra os autores conseguem abordar o assunto, que é estritamente técnico, de uma forma leve e bem elucidativa, com histórias e experiências reais que ilustram os conceitos (incluindo cases de fracasso e de sucesso de grandes empresas e até uma experiência na Guerra da Coréia). Não é exagero dizer que terminei o livro muito impactada e logo fui colocar em prática alguns dos ensinamentos na minha rotina, além de ter falado do Scrum para amigos que já estão na fila para ler o livro emprestado. 

As ideias que fundamentam essa forma de gerir as coisas, permeiam hoje não só o mercado da tecnologia, mas também o dos negócios. Dentre os valores do Scrum estão: indivíduos em vez de processos; produtos que de fato funcionem em vez de documentação dizendo como deveriam funcionar; colaboração com o cliente em vez de negociação com ele; e responder às mudanças em vez de seguir um plano. Ao meu ver, vale muito a leitura. 

Lorena de Almeida Ávila Lobo,

Estágio em Desenvolvimento de Software.